A Tragédia do Euro de Philipp Bagus
A posição neoliberal pura e dura. Na génese do Euro, segundo o autor, uma imposição francesa à Alemanha disfarçada de uma negociação política – apoio europeu à unificação em troca do fim do marco, substituído por uma moeda única.
Nesta narrativa os indisciplinados governantes do Sul viam no marco, no Budensbank e na sua estrita política monetária por um lado um perigo e por outro um exemplo que, fazendo sobressair por comparação a sua actuação incompetente, os envergonhava aos olhos dos seus próprios povos. Aproveitaram então a oportunidade da queda do muro de Berlim para exigirem o fim da moeda alemã.
O Euro é visto como uma forma de roubo à Alemanha. O Euro de acordo com o autor fomenta a inflação e os grandes beneficiários dessa inflação são os países do Sul à custa dos países do Norte, consumando-se dessa forma uma redistribuição de recursos injustificada. Essa é, para Bagus, a tragédia do Euro.
Os povos do Sul, menos produtivos, porque dispondo de menos capital para trabalhar (máquinas, instrumentos, ferramentas e organização), deveriam para continuar competitivos ir reduzindo os seus rendimentos. No entanto para manter artificialmente o seu nível de vida os Estados do Sul preferiram ir-se endividando, criando pressões inflacionistas na zona Euro.
Mais injusta de torna a situação, quando os países do Sul, entram em dificuldades de pagamento das dívidas contraídas obrigando os países do Norte a disponibilizar as verbas para os ajudar. De novo uma transferência de riqueza do Norte para o Sul sem que nada a suporte ou fundamente.
Uma perspectiva muito controversa e sem dúvida que cheia de contradições e omissões, mas uma explanação clara da visão alemã do problema do Euro.
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