Cabo Verde - as causas da independência de José Vicente Lopes
Apesar da geração de intelectuais que editou a revista
Claridade (1936), em que avultam os nomes de Manuel Lopes e de Baltazar Lopes
da Silva, ter tido forte consciência da sua identidade cabo-verdiana e ter
trazido para o campo das artes a língua materna do povo, o crioulo, a verdade é
que não pugnou pela independência sendo inclusivamente defensora da manutenção
da presença colonial.
Tendo cortado com a geração anterior, a geração pre-claridosa
ou romântico-clássica, em termos literários e artísticos, continuou contudo
apegada à ilusão, mesmo na presença de cíclicas crises de fome que dizimavam
milhares de pessoas sem que o colonizador se dignasse abastecer a colonia com
os víveres necessários, de que Portugal era necessário para o desenvolvimento
de Cabo Verde.
Foi apenas a geração seguinte, a de Amílcar Cabral, que veio
a tomar plena consciência da identidade nacional cabo-verdiana e a exigir e
lutar pela independência.
Dois excelentes ensaios o primeiro sobre o despontar e o
desenvolvimento da consciência nacional cabo-verdiana, desde meados do século
XIX até aos nossos dias, e o outro sobre a experiência politica
pós-independência que se iniciou com um regime de partido único com amplas
liberdades e se consolidou num sistema de rotativismo bipartidário.
Gostaria de cá deixar meus parabenizações ao Senhor José Vicente Lopes pelo magnifico trabalho e que venha ser de extrema ajuda no conhecimento da nossa historia no sei no mundo academico e não só...
ResponderEliminar