Sobre Ética e Economia de Amartya Sen
Este é um livro indispensável aos milhares de economistas
formados na errada assunção de que o homem económico é um ser racional que
procura maximizar a sua utilidade.
Em contraponto Sem, que ganhou o prémio Nobel da Economia de
1998, recorda-nos que, na verdade, não somos, como decisores totalmente
racionais e que por outro que os nossos objetivos não se limitam à maximização
do nosso bem-estar pessoal. Assim sendo cai pela base grande parte da economia
clássica e neoclássica, que tantas vezes tem sido a base para as políticas
neoliberais.
Sem recorda que mesmo Adam Smith tido como o fundador da
visão económica mais liberal defendeu que a ação económica deve ser regida por
um lado por sólidas leis morais e por outro por uma regulamentação apertada.
Particularmente criticada é a ética utilitarista, quer pela
dificuldade na comparação interpessoal, quer pela dificuldade da sua aferição e
agregação. Sen é particularmente crítico da chamada regra de eficiência de
Pareto, que estatui que a uma dada situação económica é ótima se não for
possível aumentar a utilidade de uma pessoa sem ser à custa da diminuição da
utilidade de outra. Sem recorda que, muitas vezes, é preferível aumentar a
utilidade de uma pessoa (pobre, doente, etc.), ou de um conjunto de pessoas
(desempregados, minoria étnica, etc.) mesmo que isso seja feito à custa da
diminuição da utilidade de outras pessoas (privilegiadas, ricas, etc.).
Um
livro bem argumentado mas de resvalando a espaços para um estilo denso e
excessivamente académico.
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