O Retorno por Dulce Maria Cardoso
Um jovem cresce no tumulto traumático da descolonização
angolana. O choque da rejeição pela população africana, o choque da integração
num país, Portugal, que não conhece, o choque de uma nova escola e de viver num
hotel de 5 estrelas rapidamente convertido numa pocilga pelos seus ocupantes.
O principal personagem, o jovem Rui, sob o ponto de vista do
qual o romance se desenrola, não tem consistência nem credibilidade, abundando
as situações e reflexões impossíveis para um jovem da sua idade, extração e experiência.
Essa inconsistência é também dada por lacunas evidentes e
profundas no tempo e no espaço. A mais importante e a mais extraordinária é a
ausência da guerra colonial das preocupações e das reflexões do rapaz – que via
aproximar-se a passos largos a idade de incorporação e que tinha um tio na
tropa. Ora nessa altura o que mais preocupava todos os adolescentes era
exatamente a perspetiva de alistamento.
O colonialismo e o racismo estão também largamente afastados
da história, tornando-se difícil para a personagem perceber o que lhe está a
acontecer e porquê. Ora isso, mesmo numa escrita ficcionada, soa totalmente a
falso.
Um livro repleto dos estereótipos, cheio de lugares comuns,
sem profundidade nem densidade.
Um jovem cresce no tumulto traumático da descolonização
angolana. O choque da rejeição pela população africana, o choque da integração
num país, Portugal, que não conhece, o choque de uma nova escola e de viver num
hotel de 5 estrelas rapidamente convertido numa pocilga pelos seus ocupantes.
O principal personagem, o jovem Rui, sob o ponto de vista do
qual o romance se desenrola, não tem consistência nem credibilidade, abundando
as situações e reflexões impossíveis para um jovem da sua idade, extração e experiência.
Essa inconsistência é também dada por lacunas evidentes e
profundas no tempo e no espaço. A mais importante e a mais extraordinária é a
ausência da guerra colonial das preocupações e das reflexões do rapaz – que via
aproximar-se a passos largos a idade de incorporação e que tinha um tio na
tropa. Ora nessa altura o que mais preocupava todos os adolescentes era
exatamente a perspetiva de alistamento.
O colonialismo e o racismo estão também largamente afastados
da história, tornando-se difícil para a personagem perceber o que lhe está a
acontecer e porquê. Ora isso, mesmo numa escrita ficcionada, soa totalmente a
falso.
Um livro repleto dos estereótipos, cheio de lugares comuns,
sem profundidade nem densidade.
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