Laudato Si pelo Papa Francisco
Um
manifesto em defesa da Terra e dos pobres e oprimidos, descartados pela
sociedade em que vivemos e um apelo a que esta seja substituída por outra
melhor.
Apesar
de algumas limitações importantes de análise e de não ir ao fundo das questões,
este é um documento com potencial de motivar católicos, crentes de outras confissões
e não crentes (ateus ou agnósticos) em torno de um projeto progressista de
preservação da natureza, dos ecossistemas e da melhoria das condições de vida
da maioria dos habitantes do Planeta.
Duas
ideias novas rompem com a tradição católica: a primeira de que a propriedade privada
se deve subordinar ao bem comum e que quando o não faz deve ser posta em causa;
a segunda que a tradição judaico-cristã segundo a qual Deus deu a Terra ao ser
humano para que este a domine e dela faça o que quer, está errada e deve ser substituída
por uma visão em que o ser humano é apenas o cuidador de um bem de Deus, que deve
ser um mero administrador diligente do mundo e que todos os seres têm uma
dignidade própria.
Perspectiva-se
uma grande oposição a este texto no interior da Igreja Católica, que é bem
patente pelo escasso eco que teve em Portugal, país em que a hierarquia
católica se caracteriza essencialmente pelo conservadorismo, principalmente dos
grupos sociais mais abastados que são duramente criticados nesta exortação.
Um
texto actual, polémico, bem estruturado e argumentado, que seguramente
contribuirá para o debate de ideias e para o trabalho de alteração social
indispensável para a continuação da vida humana no terceiro planeta do sistema
solar.
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