Valparaíso de Don DeLillo
Um engano ao apanhar um avião desvia um homem
de Valparaíso, Florida para Valparaíso no Chile. Este incidente insignificante
vai coloca-lo à mercê da máquina mediática, sem pronta a explorar os acontecimentos
mais irrelevantes e em torna-los temas centrais, que o acabará por destruir.
Uma peça inquietante sobre a busca da
identidade, sobre o vazio da alma humana que se descobre para lá do que
pensamos superficialmente ser e de como os média
se transformaram numa gigantesco aparelho de prospectar o interior das pessoas acabando
por descascar camada a camada a personalidade das pessoas e por revelar um
enorme vácuo quando o último véu, atrás do qual nos escondemos, é levantado.
Neste sentido este é um texto profundamente impregnado de filosofia budista.
A sociedade contemporânea com a sua esquizofrenia,
com a sua busca incessante pelo novo, pelo diferente, pelo estranho, com o seu
desprezo pelos sentimentos, pelas pessoas, sempre egocêntrica e exibicionista,
é aqui exposta de forma crua, rude mas muito subtil e inteligente.
Don DeLillo é um dos maiores escritores vivos
da actualidade. Há um prémio que tarda mas que já foi merecido pela obra
publicada.
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