quarta-feira, 27 de julho de 2016

Valparaiso



Valparaíso de Don DeLillo


Um engano ao apanhar um avião desvia um homem de Valparaíso, Florida para Valparaíso no Chile. Este incidente insignificante vai coloca-lo à mercê da máquina mediática, sem pronta a explorar os acontecimentos mais irrelevantes e em torna-los temas centrais, que o acabará por destruir.

Uma peça inquietante sobre a busca da identidade, sobre o vazio da alma humana que se descobre para lá do que pensamos superficialmente ser e de como os média se transformaram numa gigantesco aparelho de prospectar o interior das pessoas acabando por descascar camada a camada a personalidade das pessoas e por revelar um enorme vácuo quando o último véu, atrás do qual nos escondemos, é levantado. Neste sentido este é um texto profundamente impregnado de filosofia budista.

A sociedade contemporânea com a sua esquizofrenia, com a sua busca incessante pelo novo, pelo diferente, pelo estranho, com o seu desprezo pelos sentimentos, pelas pessoas, sempre egocêntrica e exibicionista, é aqui exposta de forma crua, rude mas muito subtil e inteligente.

Don DeLillo é um dos maiores escritores vivos da actualidade. Há um prémio que tarda mas que já foi merecido pela obra publicada.

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