quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Amarelo Tango


 

Amarelo Tango por Nicolau Santos

 

O colonialismo pelos olhos de um colono. O racismo visto do ângulo de um colono branco. O processo de independência de Angola observado pelo prisma do colono regressado à metrópole. A nostalgia de uma forma de exploração do ponto de vista do explorador colonial. A revolução vivida por um revolucionário que confunde Chu En-Lai com Ho Chi Minh e que pensa que o primeiro era Vietnamita.

 

Um livro que é um grande equívoco. O que pretende ser um relato distante de um período histórico torna-se uma farsa. Primeiro temos a mistificação do colonialismo. Os colonos viviam bem porque trabalhavam muito. Não porque praticavam o trabalho forçado, a exploração da mão-de-obra nativa. A verdade porém, sentida por quase todos os retornados, é que a sua qualidade e nível de vida, caiu dramaticamente, apesar de continuarem trabalhadores esforçados. Depois temos a mistificação da violência. A colonial é apresentada como autodefesa, a reação dos povos africanos é apresentada como bárbara.

 

Eivado de nostalgia colonialista, de racismo, de preconceito político, o livro, sem qualidade literária, peca igualmente por erros históricos crassos e frequentes.

 

Nicolau Santos (n. 1954) é um gestor português. Atualmente Presidente do Conselho de Administração da RTP.

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