Os olhos de Tirésias de Cristina Drios
A história conta-se em poucas linhas.
Um gigante português, descendente de franceses, nasce algures nas montanhas
beirãs. Desde cedo sabe que tem o dom, maldição, de prever o futuro e de não
sentir as emoções humanas. Órfão é acolhido pelo padre local que lhe dá uma
instrução básica. Morto o pároco alista-se no exército e parte para França para
a guerra, a primeira mundial, acabando prisioneiro e levado para uma clínica
onde um médico alemão pretende estudar soldados com dotes paranormais na
esperança que estes lhes revelem segredos militares do inimigo. O português
acaba por se apaixonar por uma enfermeira belga de boas famílias. O amor rompe
a maldição deixa de ter premonições e passa a experimentar os sentimentos
comuns. As circunstâncias da guerra fazem com que os dois amantes se percam e
nunca mais se encontrem. Paralelamente a esta trama, corre a da narradora que,
para a escrever, faz algumas viagens à França e à Bélgica acabando por deixar o
namorado português com quem vive e trocá-lo por outro mais nórdico.
Não sendo, por falta de profundidade
um romance histórico, nem uma reflexão sobre o destino ou o curso do tempo a
temática esvazia-se até se resumir a uma história muito simples e linear.
É a espaços bem escrita, mas também
tem áreas em que o português é insuficiente.
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