A Tábua de Flandres de Arturo Pérez-Reverte
Um romance policial que procura através de um
jogo de xadrez associado a uma pintura flamenga do século XV manter o leitor em
suspense à espera que a próxima jogada nos aproxime da descoberta do assassino.
Um quadro de Pieter van Huys encerra uma
mensagem escondida denunciando o assassino de um cavaleiro da corte de Ostemburgo,
um pequeno ducado situado entre a Borgonha e a França de então.
Mas o que era um simples problema de análise retrospetiva
para descobrir quem comeu o cavalo de num jogo de tabuleiro partida de xadrez transforma-se
numa saga para descobrir um assassino em série que vai deixando uma série de
pistas na forma de movimentos de xadrez.
Excessivamente descritivo, repleto de erros
quer de xadrez, quer de história, o livro conseguiu considerável divulgação
entre os leitores de língua espanhola, tendo mesmo sido realizado um filme com
base na sua trama.
De facto van Huys (1519-1584) viveu quase 100
anos depois de a Borgonha estar completamente submetida ao reino de França
depois da derrota de Carlos o Temerário em 1477 na batalha de Nancy. O seu estilo
próximo de Bosch era muito diferente do evidenciado pelo quadro descrito no
livro.
Por outro lado as jogadas de xadrez são consideradas
de um nível de qualidade muito baixa e envergonhariam mesmo jogadores
principiantes.
Temos, enfim, um best-seller, que, como
muitos outros e mau grado revelar um escritor talentoso, fica muito aquém da
qualidade literária que se poderia esperar.
Tenho-o cá em casa na lista de espera
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