Ficas a dever-me uma noite de arromba de António Cabrita
Um conjunto de pequenos contos que têm como ponto de
encontro a terra e as gentes de Moçambique, vistas e sentidas pelo olhar branco
de um português.
A escrita de António Cabrita flui fácil, mas seca e sem sal.Pior
é que a espaços encontramos erros de geometria (“cinco metros por dez, mais ou
menos o diânetro”) e de lógica (“havia uma figura sentada”), que pressentimos
terem mais a ver com a ignorância do que com a literatura.
Em todos os contos uma característica comum: um final falho
de imaginação, uma conclusão que
desilude, um clímax pífio.
Para sermos justos diremos que António Cabrita nos
prende, com alguma mestria, pelo insólito, pela estranheza, a uma história a
que não sabe, ainda, dar um final literariamente feliz. Quando a aduela
central,a chave, de uma abobada se solta, cai com ela toda a construção. Assim
é, também, com o desfecho de um conto.
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