Trás-os-Montes por Tiago Patrício
Um conjunto de retratos muito desfocados, sem densidade nem
recorte psicológico substantivo, mal colados por uma trama ligeira baseada numa maldade infantil muito anunciada e concretizada com a surpresa de ficar muito
aquém do profetizado.
A aldeia transmontana retratada podia ser praticamente em
qualquer ponto do Portugal rural, nada a caracterizando, nem mesmo a forma de
cruz gamada que parecia apresentar aos olhos de um miúdo vesgo, como situada no
nordeste do país a não ser a declaração expressa do autor.
O parágrafo inicial, o melhor conseguido do livro, surge
como exterior ao próprio texto, uma enxertia tardia e sem sentido, já que a
casa não mais aparece na história, nem tem qualquer interferência no desenrolar
dos poucos acontecimentos relatados.
O ter sido galardoado com o Prémio Literário Revelação
Agustina Bessa-Luís de 2011 oferecido pelo Estoril-Sol diz mais sobre a pouca
qualidade do galardão do que sobre o mérito da obra.
Uma estreia com o pé esquerdo.
Olá Jorge
ResponderEliminarTal como me sugeriu visitei o seu blog e li o artigo sobre o livro Trás-os-Montes. Não sei se ficou com uma ideia diferente da densidade e das problemáticas que atravessam o livro de princípio ao fim, depois do encontro de hoje com os leitores na biblioteca de Algés.
Não querendo ser juiz em causa própria, deixo apenas aqui o link de uma crítica da revista LER:
http://bibliotecariodebabel.com/tag/tiago-patricio/
um abraço e deixe-me felicitá-lo pelas imensas leituras que tem feito, quer em qualidade quer em quantidade.
tiago