quarta-feira, 22 de maio de 2019

Billy Bud

Billy Bud de Herman Melville

Um jovem forte, belo e ingénuo marinheiro é incorporado à força na Marinha de Guerra inglesa. Pela sua candura, boa disposição e retidão torna-se popular entre os colegas mas simultaneamente suscita um ódio tão profundo como inexplicável de um oficial subalterno.

A eterna luta entre a ingenuidade e a intriga, entre Bem e o Mal, entre a Justiça e a Lei, entre a moral e disciplina militar em que as primeiras raramente se conseguem afirmar e as segundas imperam.

A história passa-se depois das revoltas de Spithead e de Nore em 1797, num momento em que o Reino Unido mantinha uma guerra contra a França revolucionária, em que milhares de marinheiros da Marinha Real britânica se rebelaram em grande número contra as condições de vida e as sistemáticas injustiças abordo dos navios de guerra. Este contexto histórico explica em boa medida várias decisões tomadas pelos principais personagens.

Um tempo em que “dificilmente um marinheiro ou um oficial subalterno conseguia falar ao comandante”, um tempo confuso e caótico em que para muitos “o espirito da época aparecia-lhes como a figura do gigante Adamastor de Camões: um eclipse ameaçador cheio de prodígio e mistério”.

O romance termina com um belo poema que nos fala do destino trágico de Billy Bud “Estás aí sentinela?/ Vem, solta-me um pouco os ferros dos pulsos/ E embala-me docemente/ Tenho sono e as algas giram à minha volta”.

A última obra de Herman de Melville (que nela trabalhou a partir de 1888 até à sua morte três anos depois. Só foi publicada em 1924.

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