quarta-feira, 30 de maio de 2012

The strange crime of John Boulnois


The stange crime of John Boulnois por G- K. Chesterton


Duas das mais de cinquenta histórias policiais escritas por G. K. Chesterton e que têm como protagonista o padre católico Brawn. Uma vida dedicada a ouvir confissões de toda a espécie de gente, dotou este arguto clérigo de um manancial de conhecimento sobre a psicologia dos criminosos e sobre os métodos que estes usam, que usa com energia para deslindar os casos que se lhe apresentam.

A primeira história incluída neste livro, Blue Cross, conta-nos como o Padre Brown através de pequenas artimanhas põe a salvo a sumptuosa cruz azul, desmascara um famoso ladrão e deixa preciosas pistas que permitem ao famoso detetive francês Hercule Flambeau prender o criminoso.

A segunda, que dá título ao livro, 11.The Strange Crime of John Boulnois, é mais subtil e misteriosa. A intervenção do nosso herói eclesiástico salva da forca um inocente, acusado de um crime que não cometera.

O génio de G. K. Chesterton está completamente presente nestas duas pequenas mas deliciosas histórias que, apesar de se filiarem num género considerado menor, se revelam de um gosto superior.

sábado, 19 de maio de 2012

Poemas Maio

Poemas Maio, trabalho, luta

Uma antologia mundial com os melhores poemas que alguma vez se escreveram sobre o trabalho e o primeiro de Maio. Particularmente tocantes são os versos de Pablo Neruda sobre o pão.


Dos portugueses gostei particularmente do poema de Cesário Verde, sobre o jovem operário que cai de um andaime e morre sob o olhar horrorizado dos colegas, curioso e divertido dos poetas da Baixa, de desprezo do fidalgote e do patrão que “Berrara ao empreiteiro, um tanto estupefacto:/ «Morreu! Pois não caísse! Alguma bebedeira!».

Continua a impressionar ler Vinícios de Moraes com o seu Operário em Construção e empolgante reler Natália Correia ou Octavio Paz.

Não consigo evitar reproduzir aqui algumas estrofes de Aimé Césaire:

Ó povo vigiado do mais alto mirante
Que desafiais com a bengala dos cegos
O nome natal da injustica excessiva

O livro vem com CD em que os poemas são declamados pelas melhores vozes portuguesas, incluindo Carmen Dolores, Fernanda Montemor, Rui Mendes, Fátima Sobral e muitos outros.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Cabo Verde - as causas da independência

Cabo Verde - as causas da independência de José Vicente Lopes


Apesar da geração de intelectuais que editou a revista Claridade (1936), em que avultam os nomes de Manuel Lopes e de Baltazar Lopes da Silva, ter tido forte consciência da sua identidade cabo-verdiana e ter trazido para o campo das artes a língua materna do povo, o crioulo, a verdade é que não pugnou pela independência sendo inclusivamente defensora da manutenção da presença colonial.

Tendo cortado com a geração anterior, a geração pre-claridosa ou romântico-clássica, em termos literários e artísticos, continuou contudo apegada à ilusão, mesmo na presença de cíclicas crises de fome que dizimavam milhares de pessoas sem que o colonizador se dignasse abastecer a colonia com os víveres necessários, de que Portugal era necessário para o desenvolvimento de Cabo Verde.

Foi apenas a geração seguinte, a de Amílcar Cabral, que veio a tomar plena consciência da identidade nacional cabo-verdiana e a exigir e lutar pela independência.

Dois excelentes ensaios o primeiro sobre o despontar e o desenvolvimento da consciência nacional cabo-verdiana, desde meados do século XIX até aos nossos dias, e o outro sobre a experiência politica pós-independência que se iniciou com um regime de partido único com amplas liberdades e se consolidou num sistema de rotativismo bipartidário.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

The Machine Stops

The Machine Stops de E.M. Forster


Um conto de ficção científica publicado pela primeira vez em 1909 (já passam mais de 100 anos) que descreve um mundo em que a humanidade é obrigada a viver no subsolo, uma vez que a superfície se tornou inabitável. Cada ser humano habita num pequeno quarto sem janelas. Carregando em simples botões emergem do solo alguns móveis, a cama à noite, a poltrona e a secretária durante o dia, a comida e as roupas. Tudo é assegurado pela Máquina. Mas chega o dia catastrófico em que a Máquina pára.

Com uma visão extraordinária E. M. Forster descreve invenções que só viram o dia muitos anos depois como a televisão (que só seria inventada em 1923/4) e a videoconferência.

Um alerta lucido e dramático para a dependência crescente do ser humano de máquinas que se podem revelar falíveis.

Como muitos outros livros essenciais da literatura mundial não pode ser lido em português de Portugal. Não está editado no nosso país.

sábado, 5 de maio de 2012

All Watcher Le trou noir financier

All Watcher - Le trou noir financier


Uma intriga inteligente ancorada em  preocupações contemporâneas , como as máfias de Leste,como  a lavagem de dinheiro e o aquecimento global, um ritmo cinematográfico e um cenário realista que incorpora paisagens urbanas internacionais bem conhecidas, três ingredientes que fazem desta aventura da série IRS a melhor até agora publicada.