Mao Tsé-Tung

Mao Tsé-Tung

 

Desde que o Presidente Trump declarou guerra comercial à China têm-se sucedido os insultos inusitados e este país, até há pouco elogiado pelo seu dinamismo comercial e hoje vilipendiado por tudo e mais alguma coisa.

 

Na verdade em poucos anos a China passou de um país extremamente pobre, de natureza feudal, para se assumir como a maior economia do mundo, um país que deixou para trás a pobreza e a miséria. Este novo posicionamento chinês, país colonizado pelas potências ocidentais até ao fim da primeira metade do século XX, tem deixado um amargo de boca nas potências coloniais hoje em decadência.

 

Este livro de Banda Desenhada insere-se na campanha ideológica anti chinesa denegrindo o Presidente Mao e apresentando-o como um individuo sem escrúpulos. O caso raia o ridículo já que tudo o que de mal acontece na China surge como culpa sua. Os Japoneses invadem a China a culpa é de Mao. O exército de Chang Kai-shek ataca as populações a culpa é de Mao. As tropas governamentais matam o irmão de Mao a culpa é dele. Assim se descredibilizam os autores deste infeliz texto. Pena que uma editora como a Gradiva se preste a publicar este tipo de falsidades históricas.

 

Discurso sobre o Colonialismo

Discurso sobre o Colonialismo por Aimé Césaire

 

É raro que um discurso político exiba uma qualidade literária de primeira água, se detenha na análise critica e lúcida dos principais pensadores da sua época, se alicerce em dados históricos irrefutáveis, que se funde na ética e na justiça humanista, que enfrente com coragem um ambiente completamente hostil. E no entanto é exatamente o que podemos encontrar em Discurso sobre o Colonialismo de Aimé Césaire.

 

Escrito em 1955 quando a França ainda pretendia manter sob o jugo colonial uma miríade de povos africanos e asiáticos, mas por todo o lado despertavam as consciências nacionalistas, este texto é um admirável libelo contra o colonialismo, que deita por terra os piedosos argumentos da civilização e evangelização dos africanos e nos mostra a verdadeira face odienta, sangrenta e brutal do colonialismo, com o seu rol de destruição de civilizações e culturas, de roubo de terras e riquezas naturais, de trabalho forçado, de tortura e assassinato em massa.

 

Uma frase- “Entre colonizador e colonizado só há lugar para o trabalho forçado, a intimidação, a pressão, a polícia, o imposto, o roubo, a violação, as culturas obrigatórias, o desprezo, a desconfiança, a arrogância, a suficiência, a grosseria, as elites descerebradas, as massas aviltadas”.

 

Aimé Césaire (1913-2008), poeta fundador do movimento da Negritude, político ativo primeiro no Partido Comunista Francês e depois fundador do Partido Progressista da Martinica, é uma das figuras mais marcantes do século XX e do movimento africano de libertação.