Diz-lhes
que não falarei nem que me matem de Marta Freitas
Uma peça de teatro ficcionada mas inspirada
numa personagem real, um dos heróis da resistência ao Estado Novo, do tempo em
que a oposição política pagava com a cadeia e, muitas vezes, com a vida, a
ousadia de sonhar com um mundo melhor, mais justo e mais fraterno.
Viriato é preso, encarcerado, torturado e
aliciado a denunciar os seus amigos e camaradas. Resiste. Uma história linear,
relatada de forma direta com recurso a uma linguagem coloquial.
Falta-lhe a profundidade e a densidade que o
personagem, Carlos Costa, dirigente comunista, várias vezes encarcerado, que
passou 15 anos nas prisões de Salazar/Caetano, exigiria e o leitor mereceria.
Deve ser visto mais como uma homenagem
singela do que uma obra com pretensões literárias.
Vale a leitura pelo que ficamos a conhecer
deste homem corajoso que encabeçou muitas lutas pela liberdade de todos nós.