sábado, 28 de abril de 2012

A cartomante e outros contos


A cartomante e outros contos de Machado de Assis



Machado de Assis é, para muitos, o maior escritor de língua portuguesa do século  XIX. Em Portugal é injustamente pouco lido e celebrado.

Esta pequena colectanea de contos traz-nos a escrita viva, mordaz, atenta e critica de Machado de Assis. Em alguns dos contos o racismo existente na sociedade brasileira novecentista é exposto e criticado, mesmo quando apresentado sob o insolúvel dilema moral resumido na máxima  “matar ou morrer”-

No conto que dá título à colectânea um homem incrédulo, mas inseguro e receoso, recorre a uma cartomante e corre louco e confiante para o seu destino de amor. 

Terra Incognita


Terra Incognita por Vladimir Nabokov


Três pequenas historias: Terra Incognita, Spring in Fialta e The Doorbell. A primeira um pesadelo africano em que sem razão aparente e sob um céu sufocante e uma atmosfera surreal os três exploradores se matam uns aos outros.  A segunda sobre o dia chuvoso, na estância balnear imaginária de Fialta, em que o narrador encontra pela última vez a mulher com quem mantém uma relação intermitente. Esta é talvez o texto mais conhecido desta trojka. A terceira sobre um jovem aristocrata russo que depois de ter fugido da Revolução e deambulado  pelo mundo resolver fazer uma visita, que se revela inoportuna, à sua mãe que vive em Berlim.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

As Confissões de Félix Krull

As Confissões de Félix Krull de Thomas Mann


Pode alguém ser quem não é?
Sergio Godinho



Um livro sobre a aparência e essência. Uma ilustração crítica do ditado “hábito faz o monge”.

O jovem Félix cedo demonstra dotes de camaleão, quer posando para o padrinho pintor, quer disfarçando-se de príncipe em casa, quer assumindo um alter ego para a fotografia na praia. Mas o mais espantoso é que, como o animal que por ato de vontade muda de cor, consegue sentir e exteriorizar os sintomas de doenças, de que lhe dá jeito padecer, seja para faltar à escola, seja para evitar o serviço militar obrigatório.

Ingressa como criado ao serviço de um hotel em Paris, mas cedo assume uma vida dupla, que depois assume na plenitude. As suas aventuras conduzem-no a Lisboa, onde conhece uma jovem por quem se interessa.

O livro é narrado na primeira pessoa pelo jovem Félix e o tom pomposo, pretencioso, picaro, mostra-nos que por trás das aparências se esconde um personalidade observadora, mas mesquinha e torpe, que mesmo quando se confessa mente e se esquiva.

Os erros sobre a configuração da cidade, as imprecisões sobre os costumes, a descrição da tourada nada tem a ver com uma corrida à portuguesa que se pudesse ver no Campo Pequeno, os lamentáveis comentários racistas sobre os portugueses, mostram que se trata de um livro inacabado em que o autor teria ainda muito para trabalhar.