Foi Assim
A confissão em tom sereno mas muito melancólico
de uma mulher infeliz e introspectiva. A novela começa com factos crus, exactamente sequenciais e aparentemente banais “Fui à cozinha e fiz o chá, pus-lhe o leite e o açúcar e deitei-o no
termo, enrosquei muito bem o copinho e depois voltei ao escritório. Então
mostrou-me o desenho e eu tirei o revólver da secretária dele e disparei.
Disparei-lhe nos olhos”.
Um casamento incomum, um desgosto gigantesco,
uma vida amargurada, triste e sem esperança empurram rápida e inexoravelmente a
protagonista em direcção ao ato final.
A sua obra é variada espraiando-se do teatro,
à novela, ao romance aos contos e mesmo ao ensaio e à crítica. Várias dos seus
livros estão vertidos em filmes.
Natália Ginzburg (1916-1991) nasceu em
Palermo, viveu na Itália. Resistente antifascista viu o seu marido, Leone
Ginzburg, ser preso, torturado, crucificado e morto na prisão. Este livro é-lhe
dedicado.
Natália pertenceu sempre ao Partido Comunista
Italiano e chegou a ser deputada eleita em 1983 nas listas do PCI.