Teoria
das Relações Internacionais de Kennteh N. Waltz
Kenneth Waltz é o grande teorizador do
realismo estrutural a escola dominante nas relações internacionais. A tese que
defende neste livro é que a atuação dos Estados é fortemente condicionada pela
estrutura da estrutura em que se movem. A estrutura da arena internacional é
determinada pelo peso relativo dos estados.
Na altura que escreveu, no final dos anos 70,
existiam duas superpotências: os Estados Unidos e a União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas (URSS) e Waltz descreveu a estrutura internacional como
sendo bipolar, uma estrutura segundo ele muito estável e pacífica, pouco
propícia a um confronto directo entre os dois rivais.
Essa estabilidade advinha essencialmente de
as duas super potências terem arsenais nucleares capazes da autodestruição
mútua, mas acima de tudo pela sua muito baixa interdependência, que face uma à
outra quer cada uma delas face ao resto do mundo.
Quando hoje tanto se fala em globalização e
interdependência é importante ler as palavras sensatas de Waltz que nos diz,
com estatísticas e com exemplos bem concretos, que os Estados Unidos não são
interdependentes de ninguém já que “A interdependência
é uma relação entre iguais” e que duas nações são “interdependentes se os custos de quebrar as suas relações ou de reduzir
as suas trocas forem quase os mesmos para cada uma delas”. Se os custos
forem muito grandes para um lado e reduzidos para o outro não há interdependência
mas sim, defende, dependência – algo muito diferente.
No passado existiam mais grandes potências e
muito interdependentes umas das outras, o resultado é a instabilidade e a
guerra. No entanto “a interdependência tende a diminuir à medida
que o número de grandes potências diminui”, diminuindo também o risco de
guerra.
Um livro imprescindível para quem queira
estudar relações internacionais.