As
Luzes de Leonor de Maria Teresa Horta
Um livro que dá pena, pela pobreza de
ideias, pela limitação do enredo, pela dificuldade em avançar, pelas repetições
constantes, pelo uso a esmo de um mesmo vocabulário fazendo sempre apelo às
mesmas palavras e que, contudo, tem mais de mil páginas. Pobre leitor,
submetido, ainda que voluntariamente, a tal tortura.
E no entanto a vida de Leonor de Almeida
tem tudo para que dela se possa extrair, com talento, um romance. Descendente
dos Távoras passa 18 anos recolhida num convento espiando um crime que não
cometera, reabilitada torna-se próxima da Rainha D. Maria I que apadrinha o seu
casamento com o Conde de Oyenhausen-Groewenbourg. Está em França quando se dá a
Revolução Francesa, enviúva, vive as guerras napoleónicas, estabelece-se em Inglaterra
com o general francês seu amante Henry Forestier, regressa a Portugal em 1809
mas é expulsa só podendo voltar ao país em 1813. Mulher de letras e múltiplos talentos,
foi uma aventureira aristocrática.
Maria Teresa Horta, personalidade forte nas letras portuguesas, recebeu um prémio literário por esta obra, o que diz muito sobre o panorama literário português.
A autora é descendente de Leonor de Almeida
e por coincidência omite a fase mais polémica da vida dos Alorna, a integração
do irmão no exército napoleónico e a vida da biografada com o general francês
que se suspeita tenha assassinado.
Não aconselho de todo.