quinta-feira, 24 de setembro de 2015

A Nuvem de Smog e A Formiga Argentina

A Nuvem de Smog e A Formiga Argentina por Italo Calvino



Dois interessantes contos do autor italiano, nascido em Cuba, escritos na década de 50 do século XX.

Em A Nuvem de Smog a industria com as suas emissões gasosas, densas, venenosas e mortais, empesta o ar puro e transparente tornando-o numa mistela cinzenta e opaca que depois se deposita nas paredes das casas, nos móveis, nos papeis e nas roupas tudo cobrindo de pó e que se infiltra na profundamente na alma provocando um alheamento, uma tristeza, uma visão angustiada da vida.

Num mundo assim onde pode residir a esperança e a redenção? Naturalmente naqueles que ousam imaginar, planear e construir uma alternativa diferente à triste e parda sociedade em que vivem.

A Formiga Argentina conta-nos o desapontamento, a revolta e a frustração de um casal que se instala, sonhando com um recomeço auspicioso, numa localidade infestada de formigas que tudo arrastam, destroem e devoram numa infindável e permanente luta vitoriosa contra os variados métodos de extermínio que os desesperados habitantes locais intentam.
    
Ambos os contos, criam uma atmosfera de chumbo que cerca e aniquila as pessoas submetendo-as a um desconforto físico e psicológico permanente de que parecem não conseguir libertar-se.

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