A Nuvem de Smog e A Formiga Argentina por Italo Calvino
Dois
interessantes contos do autor italiano, nascido em Cuba, escritos na década de
50 do século XX.
Em
A Nuvem de Smog a industria com as suas emissões gasosas, densas, venenosas e
mortais, empesta o ar puro e transparente tornando-o numa mistela cinzenta e opaca que depois
se deposita nas paredes das casas, nos móveis, nos papeis e nas roupas tudo
cobrindo de pó e que se infiltra na profundamente na alma provocando um alheamento,
uma tristeza, uma visão angustiada da vida.
Num
mundo assim onde pode residir a esperança e a redenção? Naturalmente naqueles
que ousam imaginar, planear e construir uma alternativa diferente à triste e
parda sociedade em que vivem.
A
Formiga Argentina conta-nos o desapontamento, a revolta e a frustração de um
casal que se instala, sonhando com um recomeço auspicioso, numa localidade infestada de formigas que tudo arrastam, destroem
e devoram numa infindável e permanente luta vitoriosa contra os variados métodos
de extermínio que os desesperados habitantes locais intentam.
Ambos
os contos, criam uma atmosfera de chumbo que cerca e aniquila as pessoas
submetendo-as a um desconforto físico e psicológico permanente de que parecem
não conseguir libertar-se.
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