terça-feira, 15 de setembro de 2015

A Queda



A Queda por Albert Camus

Um voo vertiginoso ao âmago da consciência do pequeno burguês intelectual bem pensante, bom samaritano, pleno de auto-confiança no agir profissional e no estar em sociedade, bem sucedido no trabalho e junto das mulheres, jubiloso com a sua imagem pública e com a opinião dos outros.

Este voo contudo depressa se transforma em queda desamparada quando o personagem, depois de alguns episódios em que a sua coragem e rectidão moral foram testados, se confronta com a sua verdadeira dimensão humana. Revela-se aos seus próprios olhos a hipocrisia, o falso moralismo, a indiferença com que olha os outros, o falso amor que promete às amantes, o egoísmo tremendo da sua existência. Sente então com toda a força da evidência o peso intolerável julgamento dos outros a quem sente ter de revelar a sua real natureza.

Livro do pós-guerra, editado em 1956, está escrito em estilo confessional num longo, mas vivo e sentido, monologo em que o personagem, um juiz-penitente (“lamento sem absolver, compreendo sem perdoar e sobretudo, ah sei que me adoram”), conta a sua vida, o seu tombo e o método que inventou para suportar a vida.

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