sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

O Valor da Arte



O Valor da Arte de José Carlos Pereira

O que vale uma peça de arte? Que impacto tem o mercado na formação do preço? E quem são os intervenientes neste mercado tão especial? Que peso tem o fator estético na valoração de uma obra de arte? Qual a função das políticas públicas de apoio às artes?

Na era do neoliberalismo a Arte está em risco de se tornar uma atividade económica como outra qualquer. “A articulação da arte e da criação artística com as empresa e com as diversas marcas de produtos, e até de instituições, tende a submeter progressivamente o sistema das artes a uma lógica empresarial”. O fim da arte como forma de expressão humana e a sua transformação numa indústria sem alma.

Em Portugal o apoio à criação artística é diminuto e errático “assiste-se com frequência, a uma produção de instrumentos legais que, ou não são regulamentados, ou rapidamente são substituídos por outros, sem efetiva possibilidade de avaliação dos seus efeitos”. Acresce que a qualidade é substituída pela “satisfação de clientelas políticas, interesses meramente partidários, económicos, ou de conjuntura”. Os artistas acabam por “emigrar, ou aceitar empregos precários”. Nestas circunstâncias os resultados são, como se poderia esperar, muito fracos, criando “uma enorme discrepância entre o índice de práticas culturais em Portugal e nos restantes países da União Europeia” e afastando Portugal do centro da produção artística mundial.

Um livro que se perde um pouco na profusão de temas que aborda com desigual profundidade, a teoria das artes, as correntes estéticas, os vários intervenientes no mercado, as políticas estatais de promoção artística e de formação de públicos.

Não deixa contudo de ser uma boa introdução polifacetada ao mundo da valoração da Arte.

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