Dois
Negros em Estherville de Erskine Caldwell
Dois
jovens irmãos afro-americanos, Ganus e Kathyanne, chegam a Estherville, vindos
do campo, para cuidar da velha tia doente.
O racismo nu e cru, mostra a sua face brutal,
sangrenta e assassina e os dois irmãos vão enfrentar um doloroso calvário que
nos é relatado de forma tremendamente realista.
Uma expectativa inquietante e insuportável
antecede cada desgraça que vemos chegar com toda a sua pesada carga de
injustiça e horror, e que explode na nossa frente com a crueldade gratuita e o
sofrimento agonizante que antecipámos.
A justiça ausente, os crimes impunes, a moral
cristã exposta no seu desprezo completo pela vida humana dos nossos irmãos. Os miúdos
estão abandonado no vespeiro de que não podem sair, enterrados vivos em ninho
de víboras esfomeadas.
Caldwell usando com mestria a descrição exata
e realista, recria atmosferas atemorizantes com desenlaces anunciados que sempre
nos surpreendem pela malvadez de que o ser humano é capaz.
O título surpreendentemente não segue o
original que seria simplesmente Um Local chamado Estherville. Não se percebe o
porquê da adulteração efetuada.
Um livro de excecional qualidade que nos
desassossega, que nos revolta e nos mobiliza.
Devia ser de leitura obrigatória na União Europeia,
em que o racismo e a xenofobia levantam de novo a sua feia face furibunda.
Grande livro sobre o racismo e sobre a crueza e maldade himana!
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