domingo, 14 de março de 2010

A sociedade de consumo

A Sociedade de Consumo de Jean Baudrillard

Um livro datado. Escrito numa época (1970, agora traduzido) onde alguns albergavam a miragem que a sociedade estava a entrar num época de abundância, em que as desigualdades sociais seriam mais do tipo simbólico e de status do que de rendimentos e de bem-estar. Baudrillard toma uma posição ambígua ao longo do livro. Crítica os que pensam que a era da abundância veio trazer a justiça social, mas não escapa a acreditar que a abundância está a chegar para todos. Chega a antecipar a igualdade de rendimentos “Em tais condições, importa pouco que todos os rendimentos sejam, no limite, iguais, podendo até o sistema dar-se ao luxo de avançar a passo largo nessa direcção, porque não se encontra aí a determinação fundamental da «desigualdade»". Um falhanço completo da percepção do sentido em que se encaminhava já a sociedade francesa e europeia.

Sobre o consumo propriamente dito a sua tese radica na contradição entre a necessidade crescente da diferenciação (as elites pretendem sempre distinguir-se dos demais através de um consumo que se revela não utilitário mas simbólico, sinal de status social) e as capacidades de produção assentes nos meios técnicos.


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