sexta-feira, 25 de junho de 2010

Jerusalém



Jerusalém por Gonçalo M. Tavares


Quando as frases se repetem ipsis verbis estaremos perante um erro desastrado ou uma técnica inovadora? Quando a loucura é tal impõe-se reflectir se Pessoa não teria razão ao dizer que o “poeta é fingidor/ finge tão completamente / que chega fingir que é dor / a dor que deveras sente”.

Este livro tem uma moral prática. Diz-nos que é perigoso deixar os loucos sem vigilância e sem tratamento. Que a sua condição de doentes os leva a irreflectidamente e sem malícia a cometer os mais variados crimes e as mais abomináveis maldades. Diz-nos o que acontece quando “os loucos tomam conta do manicómio”.

Uma escrita linear, repetitiva, enfadonha, sem floreados mas também sem sal, uma estrutura narrativa gasta de tanto uso, um enredo linear e previsível.

Gonçalo M. Tavares inclui esta obra num conjunto que denomina de livros negros. Tem razão. Um livro negro, no sentido de que quando fazemos asneira, algo que nos envergonha, sentimos que devemos pintar a cara de ... preto.

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