
Três contos da Índia por Rudyard Kipling
Rudyard Kipling deixou páginas admiráveis e o celebrado Livro da Selva, mas também foi um colonialista empedrenido.
Nestes contos a Índia é apresentada no seu pior: o sistema de castas, o vício do ópio, o ódio e a violência entre comunidades religiosas. Realidades duras mas, sem dúvida, amargas e duras para quem as vive, mas que não autorizam as conclusões que Kipling delas retira, nomeadamente que a Índia “Nunca há-de governar-se sozinha” (pp. 53).
O papel dos ingleses nesta colónia é empolado de forma exagerada. “E, todos os anos, o trabalho de conseguir que o país viva em boas condições prossegue. Se consegue algum progresso, todo o crédito é dado aos nativos, enquanto os ingleses recuam e limpam o suor da testa. Mas, se ocorrem falhas, os ingleses dão um passo em frente e ficam com as culpas.” (pp.54).
Pena que esta atitude colonialista manche uma excelente obra literária.
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