segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A insígnia vermelha da coragem



A insignia vermelha da coragem por Stephen Crane

No decurso de uma batalha Henry, um jovem camponês introspectivo, sofre uma mudança radical, as suas dúvidas e temores desaparecem, a sua precipitada fuga integrada e escondida, ademais com a sua actuação em combate reconhecida e elogiada ganha uma serenidade interior e uma maior auto-confiança própria de que quem foi testado e venceu.

O que Henry não percebe é que de um pacífico camponês foi transformado num guerreiro capaz de matar. Não percebe que essa não foi uma opção sua, mas fruto da substituição de valores que se operou e consolidou na sua mente.

No inicio da batalha os seus sólidos valores camponeses de amor ao próximo de auto-preservação de proximidade e união com a natureza estão em conflito com os novos valores militares (dever para com os colegas, coragem, matar sem remorso) ainda inculcados de fresco, mas já indelevelmente gravados no seu espírito. Assim perante o perigo iminente foge como faria qualquer camponês no seu lugar.

A visão dos mortos e da beleza e tranquilidade do cenário amarram-no aos seus valores campesinos o contacto com os feridos, perante quem se tem de justificar à luz de deveres militares, empurram-no para os novos valores. Por um longo momento hesita.

Uma providencial pancada na cabeça obriga-o a juntar-se aos seus camaradas de armas o que o leva finalmente à assumpção plena dos valores guerreiros. Operada esta substituição, o seu conflito interior extingue-se e está pronto para ser o herói do seu Regimento.

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