quinta-feira, 21 de março de 2024

Uma brancura luminosa


 

Uma brancura luminosa de Jon Fosse

 

O fluxo da consciência, que encontramos em Virgínia Woolf ou James Joyce, retorna, como monólogo interior, neste livro de Jon Fosse de uma forma alegórica, sublime, triste e comovente.

 

Depois de errar em estrada desconhecida um homem dá por si a caminhar no interior de uma floresta escura e fria. Cansado e exausto, entrevê entre as árvores alguns vultos fantasmagóricos. A hora aproxima-se inexoravelmente. Começa a clarear e uma brancura luminosa imaculada a todos envolve.

 

Muitas interpretações possíveis para toda a trama, a estrada representando o nosso percurso na vida, em que, muitas vezes sem razão, mudamos de rumo e nos encurralamos em becos sem saída. A floresta escura como símbolo do nosso estado de espírito depressivo, de antecâmara da morte, de situação fatal.  

 

O estilo minimalista repetitivo, de minúsculos avanços, de detalhes significativos, de apoios inesperados, são muito característicos da obra de Jon Fosse. Temáticas difíceis tratadas com simplicidade e profundidade.

 

Jon Fosse (n.1959), dramaturgo, romancista norueguês venceu o Prémio Nobel da Literatura em 2023.

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