Lisboa Africana de Sérgio Luís Carvalho
Um livro subtilmente racista que procura normalizar a escravização, a segregação, a discriminação e a violência sobre pessoas Negras. Sempre recorrendo a uma abordagem ambivalente, parece criticar mas apresenta sistematicamente atenuantes e desculpas para as condutas mais criminosas.
Chega a defender a inumana prática da escravatura do ser humano, uma prática que transforma a pessoa em objeto com os próprios argumentos dos traficantes sobre os quais afirma despudoradamente “Não é incompreensível”. Também justifica o preconceito racista expresso por Gil Vicente.
Por outro lado a sua discrição da Lisboa africana tem grandes hiatos parecendo que se extinguiram os Negros durante largos períodos. E que estes quando existiam eram um enxertia externa e exótica na paisagem urbana. A realidade, contudo, foi muito diversa e Lisboa é conhecida há muitos séculos como a cidade xadrez pela sua diversidade étnica, cultural e religiosa.
Sérgio Luís de Carvalho (1959), historiador, tinha obrigação de fazer melhor. Na verdade pouco ou nada se aprende de útil com este livro que reforça o preconceito e o racismo. Não vale a leitura.
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