terça-feira, 28 de abril de 2009

O Coração das Trevas


“O horror. O horror” – Estas foram as últimas palavras do eficiente colonialista Kurtz que vivia no coração da floresta numa casa rodeada de estacas encimadas com cabeças humanas decepadas. E de facto é de horror e de trevas que versa esta história de marinheiros que nos conta o escritor polaco Jósef Konrad Korzenlowski, aliás Joseph Conrad.

Kurtz profere o discurso mais sincero e exaltante sobre o Amor e o Bem mas simultaneamente dá vida ao que de mais repugnante e abjecto pode nascer na sua alma. Torna-se um Deus, adorado pelo povo primitivo da selva, capaz de exercer na plenitude e em total liberdade a sua vontade. Para que o líder seja inteiramente livre é sempre necessário que os outros sejam completamente escravos. Os súbditos de Kurtz só podiam aproximar-se dele rastejando.

Uma excelente reflexão sobre o Bem e o Mal a Liberdade e a vontade. O horror entrevisto como um abismo escuro em que a vontade impera sem limites e o pior do ser se materializa.

Inspirou um filme de culto – Apocalypse Now de Francis Ford Coppola em que a mata e o rio africanos dão lugar à densa vegetação do sudoeste asiático e ao rio Nyung .

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