domingo, 5 de abril de 2009

Money

Um livro sobre a vida de uma certa classe de endinheirados modernos, vivendo com um pé em cada lado do Atlântico, consumidos pelo dinheiro, encharcados em álcool e drogas, obsedados pela pornografia, incapazes de Amar.

A moral do dinheiro, e a consequente falta de ética humana, o turbilhão de experiências, o sonambulismo alcoólico, acabam por levar o personagem principal à ruína material que, só o podemos entrever, será uma possibilidade de redenção novamente falhada quando o dinheiro vier de novo bater-lhe à porta.

Self, o personagem, mostra por vezes um bom fundo a que não sabe juntar a acção adequada, sucumbindo sempre, de forma consciente e torturada de quem sabe agir mal mas ser incapaz de se controlar, à tentação mais imediata, ao prazer mais abjecto.

A dicotomia Amor/Pornografia surge muito nítida quando Self que ama Martina tem ataque de impotência quando está com ela. Como em tudo o resto, ao ceder à tentação Self condena ao fracasso a única relação que o poderia salvar.

Mas a reflexão central do livro é sobre o dinheiro e a felicidade. A vida de Self é uma demonstração clara que o dinheiro pode proporcionar uma felicidade em termos de acesso aos bens de consumo e às pessoas a que o personagem dá importância – o seu magnifico carro, a bebida e a comida abundantes, as viagens, a pornografia, as suas sucessivas amantes - mas acabam por o destruir sob os seus próprios olhos abertos.

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