sábado, 28 de março de 2009

Rubaiyat


O autor destes versos, Omar Khayyam, nasceu na Pérsia ainda antes da formação de Portugal.

Os seus poemas reflectem sobre o sentido da vida, e sobre a melhor forma de preencher os anos que a cada um cabe de existência.

Á sempiterna inquietação sobre o que fazemos neste Mundo responde com sinceridade e bom humor.

Oh, amigo não te apoquentes com os enigmas da vida
Não aflijas o teu coração com os pensamentos vãos.
Goza a vida porque quando se fez este mundo
Não foste convidado para o aconselhar.

E diz-nos, sem mágoa mas com humildade, que o ciclo da vida e morte se sucede sem fim.

Quando deitarmos o último suspiro
Colocarão tijolos na campa das nossas cinzas
Das nossas cinzas moldarão tijolos
Para cobrir as campas daqueles que virão depois.

Sobre a busca do conhecimento e do saber assume uma atitude socrática:

A sabedoria não me era alheia
Poucos enigmas restaram por explicar
Lançando o olhar para a minha vida que passou
O que sei eu? Não sei nada.

Destas premissas retira lições e constrói uma interessante filosofia de amor à vida e aos seus prazeres.

A vida passa como um momento
Valoriza-a, busca nela o prazer
Da maneira como viveres a vida assim passará
Não esqueças. Ela é a tua criação.


Entre os prazeres que Omar Khayyam celebra tem lugar proeminente o vinho.

À beira-rio, junto da criatura bela como a lua, rosa e o vinho
Deliciar-me-ei enquanto estiver vivo
Bebia vinho, bebo-o e beberei.
Até ao último minuto do meu destino.

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