quinta-feira, 5 de março de 2009

O Regresso da Economia da Depressão e a crise actual


Poderia chamar-se Crónica de uma crise anunciada, este interessante livro de Paul Krugman, o justo laureado com o Prémio Nobel da Economia em 2008.

O autor argumenta que as crises do México, Argentina, Japão e Rússia foram sérios pronuncios a que as autoridades políticas e económicas norte-americanas não deram a devida importância, inebriados que estavam com a “exuberância irracional” das bolhas especulativas e pela ideologia neo-liberal. Foram, digamos, ensaios antes da grande estreia da crise actual.

Paul Krugman vê a causa da crise no desabar do sistema bancário paralelo e não regulado, mas totalmente legal, designado na terminologia anglo-saxónica como shadow-banking, que se foi desenvolvendo perante a indiferença em torno da banca de investimento, dos hedge funds e de outras entidades não reguladas. Explica que a dimensão deste sector era já próxima da do sector regulado.

A causa maior da Grande Depressão do final da década de 20 do século passado, foi a falência do sistema bancário, então fracamente regulado perante a passividade das autoridades, uma lição que foi aparentemente esquecida há medida que se instalava o mito de que as depressões seriam fenómenos do passado e de que as autoridades dispõem dos meios para as evitar.

Como soluções para a crise propõe que, e cito, “... os decisores políticos a nível mundial precisam fazer duas coisas: fazer com que o crédito volte a fluir e apoiar a despesa.”

A tradução de Alice Rocha, Saul Barata e Alberto Gomes é muito deficiente, sendo algumas passagens completamente ininteligíveis.

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