terça-feira, 27 de julho de 2010

Portugal, Povo de Suicidas

Portugal, Povo de Suicidas por Miguel Unamuno

Unamuno era um profundo conhecedor de Portugal, da língua e da literatura portuguesa e dos seus mais destacados intelectuais. Foi amigo e correspondente de figuras como Guerra Junqueiro e Teixeira de Pascoaes entre outros.

Do seu posto de reitor da Universidade de Salamanca procurou em várias intervenções académicas e jornalísticas levar o conhecimento dos autores portugueses ao público espanhol.

A visão que desenvolveu dos escritores e intelectuais portugueses levou-o a escrever que: “Os poetas portugueses são geralmente pouco eruditos, mesmo em matéria de letras. As suas leituras não são muitas nem muito variadas e a sua cultura é muito mais vernácula do que eles próprios crêem” (pp. 33).

A par com esta ignorância das elites intelectuais, Unamuno detecta nestas duas outras tendências vincadas: i) o culto da dor – “O culto da dor parece ser um dos sentimentos mais característico deste melancólico e saudoso Portugal” (pp. 25) e, ii) a prática do suicídio – “ Portugal é um povo de suicidas, talvez um povo suicida” (pp. 73).

Este é um livro que mostra as elites intelectuais portuguesas e o seu pensamento vistos pelos olhos de quem os conhecia bem.

2 comentários:

  1. Obrigado pela informação. Estou a pensar em adquirir o livro do Unamuno,e foi ao pesquisar no Google que descobri, com agrado, o seu blogue.

    Em tempos li o Do Sentimento Trágico da Vida e, na altura gostei, mas esta história do povo português ser um povo de suicidas, de acordo com a opinião do autor, faz-me uma certa comichão para não dizer que me repugna. Portugal não é só fado, Fátima e futebol. De Portugal nasceu o Brasil, por exemplo, e um dos povos mais felizes do mundo. Vou comprar, para ler e discordar.

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