quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A economia das pensões

A economia das pensões por Maria Clara Murteira



Um livro a ler com atenção. A chave do problema da sustentabilidade das pensões reduz-se a um problema de repartição: da riqueza gerada anualmente pela sociedade quem fica com quê. Que parte reservar para os activos e que parte reservar para os idosos. Trata-se pois de uma questão essencialmente política e não técnica.

O debate entre o sistema de repartição e o de capitalização é, no essencial, estéril. Se nada se produzir, nada poderá ser repartido quer num sistema quer noutro. Tendo sido criada alguma riqueza esta poderá sempre ser repartida tanto através de um método quer pelo outro.

A questão do rácio entre activos e pensionistas também é estéril. Imaginemos que uma sociedade de 10 pessoas, em que 7 são activos e 3 reformados, produz 100 e distibui 85 aos que trabalham e 15 aos pensionistas (pensão de 5 a cada um). Se a proporção entre activos e pensinistas se alterar, por exemplo para 4 activos e 6 pensionistas, desde que a produção se mantenha nos 100 e as pensões individuais se mantenham (as pensões passam a ser um total de 6 X 5 = 30), então os rendimentos de cada activo (100 – 30 = 70) será muito maior: 17,5 por activo (70 / 4 = 17,5) contra 12,1 (85 / 7 = 12,1) na situação anterior. Para que isto aconteça é preciso aumentar a produtividade. Esta é a verdadeira salvaguarda das pensões.





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