quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Sobre Ética e Economia

Sobre Ética e Economia de Amartya Sen


Este é um livro indispensável aos milhares de economistas formados na errada assunção de que o homem económico é um ser racional que procura maximizar a sua utilidade.

Em contraponto Sem, que ganhou o prémio Nobel da Economia de 1998, recorda-nos que, na verdade, não somos, como decisores totalmente racionais e que por outro que os nossos objetivos não se limitam à maximização do nosso bem-estar pessoal. Assim sendo cai pela base grande parte da economia clássica e neoclássica, que tantas vezes tem sido a base para as políticas neoliberais.

Sem recorda que mesmo Adam Smith tido como o fundador da visão económica mais liberal defendeu que a ação económica deve ser regida por um lado por sólidas leis morais e por outro por uma regulamentação apertada.

Particularmente criticada é a ética utilitarista, quer pela dificuldade na comparação interpessoal, quer pela dificuldade da sua aferição e agregação. Sen é particularmente crítico da chamada regra de eficiência de Pareto, que estatui que a uma dada situação económica é ótima se não for possível aumentar a utilidade de uma pessoa sem ser à custa da diminuição da utilidade de outra. Sem recorda que, muitas vezes, é preferível aumentar a utilidade de uma pessoa (pobre, doente, etc.), ou de um conjunto de pessoas (desempregados, minoria étnica, etc.) mesmo que isso seja feito à custa da diminuição da utilidade de outras pessoas (privilegiadas, ricas, etc.).

Um livro bem argumentado mas de resvalando a espaços para um estilo denso e excessivamente académico. 

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