sábado, 16 de fevereiro de 2013

Paris é uma Festa

Paris é uma festa por Ernest Hemingway

Um livro de recordações, escrito nos últimos anos de vida de Ernest Hemingway e só publicado após a sua morte.


Através de pequenos quadros e retratos Hemingway transporta-nos para a Paris dos anos 20 em que viveram muitos escritores e intelectuais americanos da Idade do Jazz. Uma Paris sem franceses e com muitos americanos e ingleses. Encontramos entre outros Erza Pound oferecendo um boião de ópio a um amigo viciado, Gertrude Stein a discutir com a amante, Ford Madox Ford feito aldrabão de feira a garantir o mesmo prémio a vários autores, Scott Fitzgerald escrevendo prosa comercial, preocupado com o tamanho do seu pénis e atormentado por uma gripe inexistente,

A evidente tendência para se auto descrever nas melhores cores físicas, intelectuais e morais e para de todos os outros salientar quase exclusivamente as debilidades, as idiossincrasias e os vícios acaba por funcionar contra o livro diminuindo-o. Por vezes parece que estamos a assistir a um ajuste tardio de contas contra o mundo literário americano da época tantas são as setas disparadas em tantas direções.

Como todos os livros póstumos está envolto em várias polémicas sendo a sua mulher Mary acusada por alguns de ter alterado a ordem dos capítulos e eliminado partes importantes do texto. Mais recentemente uma edição de 2009, organizada por um neto de Hemingway alterava várias passagens pouco simpáticas para com a sua avó.

O título em português, Paris é uma festa, não parece fiel ao original: “A Moveable Feast”.

Não encontramos aqui Hemingway na sua melhor forma. 

Sem comentários:

Enviar um comentário