terça-feira, 20 de agosto de 2013

Pais e Filhos

Pais e Filhos por Ivan Turguéniev


A eterna guerra de gerações aqui ampliada e dramatizada pela distância social, ideológica e política dos principais protagonistas. O jovem Bazarov define-se como niilista, um termo que neste livro não tem o sentido que hoje lhe conferimos mas sim algo entre o materialismo, o anarquismo e o livre pensamento. De facto Bazarov afirma não reconhecer nenhuma autoridade nem nenhum principio sem o estudar, analisar e escrutinar a uma luz neutra e crítica. Do outro lado temos Pavel um homem de meia idade de pensamento conservador e tendências aristocráticas. O duelo entre os dois culmina uma animosidade e uma desconfiança a que a ideologia e a paixão não estão alheias.

Turguéniev não se contenta em ser um espectador desta contenda, tomando claramente o partido da geração mais velha e com o decorrer do enredo vemos um dos jovens converter-se às ideias tradicionais e transformar-se num chefe de família e administrador da propriedade do seu pai e o outro, Bazarov, morrer vitima de um amor socialmente impossível e do seu labor científico. As novas ideias assim marcadas como um devaneio estudantil sem lugar no mundo real dos adultos da Rússia, czarista, tradicional e ainda quase medieval em que os servos recentemente libertados viviam ainda sob o jugo dos grandes terra-tenentes.

Livro que é considerado o primeiro romance moderno russo.

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