sábado, 18 de janeiro de 2014

Luz Antiga de John Banville

Luz Antiga de John Banville

A vida interior de um retirado ator sexagenário espartilhado entre a dor da perca da sua única filha e as recordações do seu primeiro amor, vivido em plena adolescência, de que guarda uma memória repleta de detalhes, cheiros, sensações e desejo. Uma relação que, tantos anos passados,  ainda o perturba e intriga.

Um presente sombrio, cinzento, desfocado e um passado vivo, colorido, apaixonado mas distante em que suspeita já se confunde a realidade com a imaginação.

A morte, o suicídio, o pesado e interminável sofrimento pela perda, a culpa, o remorso, a memória fixa em momentos longínquos, a esperança estilhaçada e deslocada, a vida condenada dos sobreviventes.

Nada que se faça no presente, não importa quem enfrentemos ou salvemos, pode apagar o passado, pode dissolver o luto, restaurar a alegria, mas vasculhar o passado pode iluminar e esclarecer, neste caso com uma luz muito triste, as memórias que dele construímos com base na nossa vivência sempre parcelar e unilateral de uma realidade complexa.

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