domingo, 6 de março de 2016

O Futuro do Poder

O Futuro do Poder de Joseph S. Nye



Joseph Ney reflete sobre o poderio norte-americano e não vê poder alternativo capaz de substituir o domínio americano nas próximas décadas, mas vê ameaças para as quais nem a maior superpotência tem capacidade para agir sozinha, por exemplo as alterações climáticas.

Partindo de uma análise tridimensional Ney conclui que ao nível militar vivemos num mundo unipolar, com os EUA a serem a única potência com alcance planetário (o orçamento da defesa americano é superior ao do dos outros países do mundo todos somados, o orçamento militar da Rússia é apenas de cerca de 10% do orçamento americano e três vezes mais pequeno que o da Europa, e o da China apenas ligeiramente superior ao da Rússia), ao nível económico o poder está mais espalhado sendo o mundo praticamente multipolar entre os EUA, a União Europeia, o Japão e a China. O terceiro nível é o “reino das relações transnacionais … que se encontram fora do controlo governamental”, aqui cabendo toda uma miríade de atores não-governamentais. Neste reino o poder é difuso não se encontrando concentrado.

Face a este cenário Ney advoga a utilização do poder inteligente, uma mistura do poder duro com o poder suave, para que os EUA atinjam os seus objetivos. O poder é contextual e nem sempre as mais bem equipadas, treinadas forças armadas são o melhor instrumento para atingir os fins propostos.


Para explicar esta nova realidade não bastam as teorias tradicionais das relações internacionais, uma nova síntese é necessária e Ney propõe, ainda que não neste livro entre em explicações teóricas, uma fusão entre o realismo e o liberalismo, algo a que chama o realismo liberal.

Um livro muito interessante em que os conceitos e as formas do poder suave são também bem explicados e exemplificados.
 

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