O Futuro do Poder de Joseph S. Nye
Joseph Ney reflete sobre o poderio
norte-americano e não vê poder alternativo capaz de substituir o domínio
americano nas próximas décadas, mas vê ameaças para as quais nem a maior superpotência
tem capacidade para agir sozinha, por exemplo as alterações climáticas.
Partindo de uma análise tridimensional Ney
conclui que ao nível militar vivemos num mundo unipolar, com os EUA a serem a
única potência com alcance planetário (o orçamento da defesa americano é
superior ao do dos outros países do mundo todos somados, o orçamento militar da
Rússia é apenas de cerca de 10% do orçamento americano e três vezes mais
pequeno que o da Europa, e o da China apenas ligeiramente superior ao da Rússia),
ao nível económico o poder está mais espalhado sendo o mundo praticamente
multipolar entre os EUA, a União Europeia, o Japão e a China. O terceiro nível
é o “reino das relações transnacionais …
que se encontram fora do controlo governamental”, aqui cabendo toda uma miríade
de atores não-governamentais. Neste reino o poder é difuso não se encontrando
concentrado.
Face a este cenário Ney advoga a utilização
do poder inteligente, uma mistura do poder duro com o poder suave, para que os
EUA atinjam os seus objetivos. O poder é contextual e nem sempre as mais bem
equipadas, treinadas forças armadas são o melhor instrumento para atingir os
fins propostos.
Para explicar esta nova realidade não bastam
as teorias tradicionais das relações internacionais, uma nova síntese é
necessária e Ney propõe, ainda que não neste livro entre em explicações
teóricas, uma fusão entre o realismo e o liberalismo, algo a que chama o
realismo liberal.
Um livro muito interessante em que os conceitos e as formas do poder suave são também bem explicados e exemplificados.
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