Morte
no Verão de Yukio Mishina
Uma coletânea de 10 contos do célebre
escritor japonês da primeira metade do século XX que se suicidou por
esventramento (Seppuku) quando, em 1970, tentou infrutiferamente um golpe de
Estado para repor a divindade do Imperador.
Em Morte no Verão temos o drama da morte dos
filhos e a tristeza e a bênção que emanam da capacidade de esquecer. Em Três
Milhões de ienes, temos um casal muito organizado, conservador e até infantil
na vida real que se revelam atores de cenas pornográficas. Em Garrafa Termo
aprendemos sobre os estranhos terrores que podem ser muito reveladores.
O Sacerdote do Templo de Shiga e o seu Amor
põe em contraste a vida eterna e a vida terrena. As sete pontes leva-nos para o
mundo da superstição e da persistência. Dojoji é uma curta peça teatral sobre
um roupeiro gigantesco e uma mulher traída. Onnagata remete-nos para a
atmosfera que rodeia o teatro Kabuki e para os atores masculinos que
interpretam personagens femininas. A pérola é uma curiosa e intrincada comédia
que aborda a psicologia feminina. Cueiros conta-nos a história da fatal obsessão
que se apodera de uma mulher cuja empregada tem um filho ilegítimo que ao
nascer é embrulhado em papel de jornal pelo médico.
O último conto intitula-se Patriotismo e
descreve a última noite de um soldado e da sua mulher antes de ambos cometerem suicídio.
Um conto algo premonitório da própria morte do autor. O conto foi escrito em
1960 altura em que Mishima se começo a aproximar das ideias de de extrema-direita
que o haviam de levar a tentar um golpe de Estado antidemocrático.
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