domingo, 7 de maio de 2017

Euro, Dívida e Banca


Euro, Dívida e Banca

Uma trilogia que esmaga o país e o não deixa desenvolver-se, eis os factos revelados por este excelente livro de reflexão económica e política.

A verdade é que desde que o país, pela mão de António Guterres, entrou em 1999 para a moeda única que a economia portuguesa caiu numa estagnação profunda que leva já quase duas décadas. A estagnação económica significa pobreza, precariedade, emigração.

Desde a adesão que “dos perto de duzentos países da ONU, Portugal ficou nos dez que cresceram menos” juntamente com países como a Síria, o Sudão do Sul, o Zimbabué, a República Centro-Africana, a Grécia, o Palau e a Micronésia. Este desempenho negativo tão prolongado só por si devida levar a repensar a política de integração no Euro.

Mas o Euro com a sua política de liberdade de circulação de capitais gerou um enorme endividamento quer do Estado, dívida pública, quer das empresas, que culminou com a intervenção da troika. Este endividamento impede os bancos de financiar a economia e o Estado de promover o investimento público. Sem investimento o tecido produtivo envelhece e o país perde competitividade. Um desastre. Para sair deste círculo vicioso é imperioso, defendem os autores, uma renegociação da dívida.

O pagamento de desproporcionados juros da dívida significa menos serviços públicos, como saúde e educação, mais impostos, menos reformas, mais pobreza, menos investimento, mais desemprego e mais emigração.

Mas para sair do Euro e renegociar a dívida com êxito é necessário um sistema bancário nacional que financie o investimento público e privado. Tal só será possível se o setor bancário for essencialmente público, uma vez que sendo privado, a história recente o demonstra, rapidamente se torna estrangeiro.

Temos aqui na essência o drama do nosso país nas últimas décadas, período em que se tem sistematicamente atrasado e empobrecido por virtude de uma moeda desadequada às nossas necessidades que gerou por via da banca privada uma dívida que impede o investimento e o desenvolvimento.

Sair do Euro, renegociar a dívida, nacionalizar parte do setor bancário, eis a solução que se terá de percorrer para fazer sair o país da armadilha económica em que mergulhou.

Um excelente livro para quem queira perceber o que se passa hoje no nosso país.

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