Euro, Dívida e Banca
Uma trilogia que esmaga o país e o não deixa
desenvolver-se, eis os factos revelados por este excelente livro de reflexão económica
e política.
A verdade é que desde que o país, pela mão de
António Guterres, entrou em 1999 para a moeda única que a economia portuguesa caiu
numa estagnação profunda que leva já quase duas décadas. A estagnação económica
significa pobreza, precariedade, emigração.
Desde a adesão que “dos perto de duzentos
países da ONU, Portugal ficou nos dez que cresceram menos” juntamente com
países como a Síria, o Sudão do Sul, o Zimbabué, a República Centro-Africana, a
Grécia, o Palau e a Micronésia. Este desempenho negativo tão prolongado só por
si devida levar a repensar a política de integração no Euro.
Mas o Euro com a sua política de liberdade de
circulação de capitais gerou um enorme endividamento quer do Estado, dívida
pública, quer das empresas, que culminou com a intervenção da troika. Este
endividamento impede os bancos de financiar a economia e o Estado de promover o
investimento público. Sem investimento o tecido produtivo envelhece e o país
perde competitividade. Um desastre. Para sair deste círculo vicioso é
imperioso, defendem os autores, uma renegociação da dívida.
O pagamento de desproporcionados juros
da dívida significa menos serviços públicos, como saúde e educação, mais impostos, menos
reformas, mais pobreza, menos investimento, mais desemprego e mais emigração.
Mas para sair do Euro e renegociar a dívida
com êxito é necessário um sistema bancário nacional que financie o investimento
público e privado. Tal só será possível se o setor bancário for essencialmente
público, uma vez que sendo privado, a história recente o demonstra, rapidamente
se torna estrangeiro.
Temos aqui na essência o drama do nosso país
nas últimas décadas, período em que se tem sistematicamente atrasado e
empobrecido por virtude de uma moeda desadequada às nossas necessidades que
gerou por via da banca privada uma dívida que impede o investimento e o
desenvolvimento.
Sair do Euro, renegociar a dívida,
nacionalizar parte do setor bancário, eis a solução que se terá de percorrer
para fazer sair o país da armadilha económica em que mergulhou.
Um excelente livro para quem queira perceber
o que se passa hoje no nosso país.
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