Loucos por Amor
Num pequeno quarto de um motel em pleno
deserto de Mojave os dois amantes encontram-se depois de uma longa e dolorosa separação.
May recrimina Eddie por a abandonar em favor de outra mulher. Pairando
fantasmagoricamente sobre a discussão o pai de ambos é uma sombra negra sempre
presente no relacionamento entre os dois.
Uma peça tensa, densa, sobre uma atração
forte, profunda mas dolorosamente fatal entre dois meios-irmãos, Eddie e May,
fruto de uma dupla vida do seu pai comum com duas famílias simultâneas mas
desconhecidas uma da outra. Quando a arrepiante verdade se descobre a mãe de
Eddie suicida-se com um tiro de espingarda e os dois jovens enfrentam um terrível
dilema.
O tom é desesperado, a atração dos dois está
sempre presente em simultâneo com a consciência da realidade que os separa. A
frustração explode a espaços em acusações e violência.
Os diálogos captam e exprimem de forma magnífica
os incessantes picos de tensão que se sucedem no tempo, criando um clima eletrizante
em que tudo parece prestes a explodir.
Esta obra faz parte de um quinteto de peças
de Sam Shepard (n. 1943) o conhecido dramaturgo e ator norte-americano. Loucos
por amor foi finalista do Pulitzer para Teatro de 1984. É uma das peças mais
representadas nos teatros contemporâneos ocidentais.
Estreada em 1983 nos Estados Unidos foi
exibida em Portugal no Teatro Dona Maria II em Lisboa no ano de 2004 numa
encenação de João Lourenço e Vera Sampayo Lemos.
Como escritor Sam Shepard recebeu numerosos
prémios nomeadamente o Pulitzer em 1979 e o Pen International para Teatro em
2009.
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