O
Dragão por Luísa Ducla Soares
Eis um
livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura para o 5º ano de escolaridade.
Trata-se de uma história simples, do reino do fantástico, onde um dragão surge
do nada e cresce descontroladamente.
O
livro contudo encerra uma série de mensagens que podemos e devemos questionar
se é o tipo de educação que queremos dar aos nossos filhos.
Primeiro
e mais grave é a propagação de preconceitos anti chineses, descrevendo duas
vezes este povo como “amarelos” e fazendo, inclusivamente, graças com esse
facto.
Ora
sabe-se, bastando uma simples observação rápida, que os chineses não são
amarelos antes mais brancos que a generalidade dos portugueses. Sabe-se também
que desde sempre os chineses foram considerados pelos europeus como brancos,
assim sendo referidos até ao final do século XVIII.
A
designação de amarelos tomou forma e proporção generalizada durante a Guerra do
Opio levada a cabo pelo Reino Unido contra a China no século XIX. Pretendendo demonizar o adversários os
ingleses começaram a falar do “perigo amarelo” englobando chineses e japoneses.
O
termo “amarelo” é assim pejorativo e ofensivo, mas no texto passa por neutro e
factual. É, assim, de se propagam preconceitos raciais desde tenra idade.
Negativo
também o facto de o dragão ser aceite na família devido ao seu trabalho e não
pelo afeto que a criança por ele nutria. Também errada é a designação República
da China quando o nome desse país é República Popular da China.
Um
livro que devia ser retirado do Plano Nacional de Leitura.
Maria
Luísa Bliebernicht Ducla Soares de Sottomayor Cardia (m. 1939), escritora de
livros infantis tem uma vasta obra neste campo.
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