domingo, 22 de dezembro de 2019

O Dragão

O Dragão por Luísa Ducla Soares

Eis um livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura para o 5º ano de escolaridade. Trata-se de uma história simples, do reino do fantástico, onde um dragão surge do nada e cresce descontroladamente.

O livro contudo encerra uma série de mensagens que podemos e devemos questionar se é o tipo de educação que queremos dar aos nossos filhos.

Primeiro e mais grave é a propagação de preconceitos anti chineses, descrevendo duas vezes este povo como “amarelos” e fazendo, inclusivamente, graças com esse facto.

Ora sabe-se, bastando uma simples observação rápida, que os chineses não são amarelos antes mais brancos que a generalidade dos portugueses. Sabe-se também que desde sempre os chineses foram considerados pelos europeus como brancos, assim sendo referidos até ao final do século XVIII.

A designação de amarelos tomou forma e proporção generalizada durante a Guerra do Opio levada a cabo pelo Reino Unido contra a China no século XIX.  Pretendendo demonizar o adversários os ingleses começaram a falar do “perigo amarelo” englobando chineses e japoneses.

O termo “amarelo” é assim pejorativo e ofensivo, mas no texto passa por neutro e factual. É, assim, de se propagam preconceitos raciais desde tenra idade.

Negativo também o facto de o dragão ser aceite na família devido ao seu trabalho e não pelo afeto que a criança por ele nutria. Também errada é a designação República da China quando o nome desse país é República Popular da China.

Um livro que devia ser retirado do Plano Nacional de Leitura.

Maria Luísa Bliebernicht Ducla Soares de Sottomayor Cardia (m. 1939), escritora de livros infantis tem uma vasta obra neste campo.

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