Um retrato cru da sociedade brasileira contemporânea em tempos de agravamento das desigualdades, de ascensão da direita extremada, de paralisia social. Um quotidiano mesclado de violência urbana, de dificuldades económicas, de angústias existenciais.
A história de um escritor de meia-idade, em fase de bloqueio criativo, que vagueia entre a favela e a alta sociedade, preso às suas anteriores ligações, atolado num passado insatisfatório e um presente ainda mais complexo.
Um Brasil pobre, racista, parado, cinzento, perdido, deprimido, incapaz de encontrar uma saída positiva para a sua permanente crise, e em que uma parte da classe média olha para Portugal como uma promessa de estabilidade.
Apesar da composição racial da população brasileira o grupo dos que se consideram brancos mantém um domínio violento e cruel sobre a maioria que é negra.
Chico Buarque (n. 1944) tem uma carreira multifacetada e triunfal quer como compositor e cantor de música popular brasileira quer como escritor. As suas obras do romance à dramaturgia tem recebido inúmeros elogios e ganho variados prémios Literários em Portugal e no Brasil. Em 2019 foi agraciado com o Prémio Camões o mais importante das Letras lusófonas.
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