States and Power in Africa
A baixa densidade populacional como fator determinante da política em África e da dificuldade de o Estado, enquanto instituição, se afirmar nesse continente. A consolidação do poder implica a extensão do Estado, das suas infraestruturas e da sua vontade a todos os cidadãos. A baixa densidade populacional torna excessivamente cara a construção dessa infraestrutura nas zonas rurais longe das principais cidades.
Nascem assim Estados que não controlam a totalidade do seu território e que abandonam populações dispersas por vastas áreas. Nós portugueses percebemos bem este argumento se bem que não tendo áreas de densidade população tão reduzida. O ditado “Para lá do Marão mandam os que lá estão” reflete esse abandono do Estado de uma parte do nosso país.
A partir desta constatação, da baixa densidade populacional, Herbst constrói todo um argumento favorável à fragmentação dos países africanos e à constituição de Estados mais pequenos, homogéneos, inclusivos e geríveis. Passa-lhe ao lado que muitos dos Estados africanos de menor dimensão serem exatamente os Estados com mais dificuldades de afirmação e controlo do seu território, veja-se o caso da Libéria e da Guiné-Bissau e que grandes Estados como a África do Sul serem aqueles em que o Estado melhor controla o país.
Jeffrey Herbst é um académico judeu norte-americano com vasta obra sobre África. Os seus trabalhos tem uma forte influência na política norte-americana para este continente.
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