terça-feira, 6 de julho de 2021

A Colina que Subimos

 

A Colina que subimos

 Um poema poderoso que nos une à Humanidade a que pertencemos todos e que alguns pretendem dividir. Um poema que inaugura uma nova esperança de justiça, reparação e reconciliação. Um poema que não esquece, nem perdoa, mas que abre caminhos comuns assentes em lições que todos devemos tirar das injustiças históricas que devem ser corrigidas.

A comunidade Negra portuguesa, como a norte-americana, sofreu ao longo dos séculos, a discriminação, a segregação, a escravização, a colonização. Mas está a acordar e a exigir os seus direitos.

E se antes perguntávamos: Como poderíamos

Vencer a catástrofe?

        Agora dizemos: Como poderia a catástrofe

Alguma vez vencer-nos?

Também fazem sentido para nós portugueses as palavras:

Não vamos marchar de regresso ao que foi

Mas dirigir-nos para o que será:

Um país ferido, mas inteiro,

Benevolente, mas ousado,

Forte e livre.

Amanda Gorman (n. 1998), poetisa Negra norte-americana, escreveu este poema para ser lido na cerimónia de tomada de posse de Joe Biden. Ela própria, com vinte e dois anos, o leu, sendo a mais jovem poetisa a fazê-lo. Sobre si o poema diz:

Nós sucessores de um país e de um tempo

Em que uma joven Negra magricela,

Descendente de escravos e criada por uma

mãe solteira,

Pode sonhar ser presidente

E, logo, ver-se a declamar para um.

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