Escultura Negra por Carl Einstein
Um ensaio culto, profundo, denso, que exige reflexão e releitura para ser apreendido na sua totalidade. Uma primeira parte sobre a estatuária africana e uma segundo sobre as máscaras.
Afasta-se resolutamente das conceções racistas da época que “impossibilitam, qualquer apreciação estética, porquanto esta pressupõe, antes de mais, um estar-próximo”.
Einstein vê a estatuária Negra como indissoluvelmente ligada à religião, o que origina um distanciamento entre o criador e a obra e transmite a esta última um caracter especial longe da simples efeito visual. O artista cria uma Arte “transcendente e desentrelaçada de todo o resto” que se obtém “se o volume for plenamente reproduzido, sem que seja possível juntar-lhe mais nada”.
No capítulo das máscaras aborda-se também a tatuagem “Que tomada de consciência é esta que leva a que se conceba o próprio corpo como uma obra inacabada que se transforma diretamente?”. E sobre as máscaras escreve “graças à máscara, transforma-se ele próprio na tribo e no deis… por isso a máscara só tem sentido se for inumana, impessoal”. A máscara africana é o “êxtase imóvel”.
Carl Einstein (1885-1940), foi um grande historiador da Arte alemão de tendências comunistas e que foi um dos primeiros a saudar o cubismo como forma de Arte inovadora. Os seus trabalhos sobre a Arte Negra africana foram pioneiros pela profundidade e extensão. Perseguido pelos nazis e sem possibilidade de fuga suicidou-se.
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