Sob Céus Vermelhos
A autobiografia romanceada da própria autora, Karoline Kan. Nascida numa aldeia da China, migrante para uma cidade de província, estudante na Universidade de Pequim e finalmente jornalista para jornais estrangeiros.
Com mestria Karoline Kan faz desfilar diante dos nossos olhos o vertiginoso desenvolvimento chinês. Nascida em 1989, ano da repressão em Pequim de um movimento contrarrevolucionário até aos nossos dias – o livro foi publicado em 2019. Vemos a espantosa progressão económica que transforma materialmente o país e a dificuldade de adaptação das mentalidades que vão sempre atrás.
O livro, contudo, poderia bem chamar-se A Ingrata, porque mesmo assistindo, participando e beneficiado do mais rápido crescimento económico que o planeta alguma vez assistiu e que tirou o país do feudalismo e o transformou na maior economia do mundo, mesmo vendo centenas de milhões de chineses a sair da pobreza absoluta e a entrar na classe média numa equilibrada distribuição da riqueza, Karoline prefere fazer a apologia do capitalismo e atacar o socialismo.
Fica patente na escrita de Kan, na sua adoção de um pseudónimo estrangeiro e em muitas passagens um grande provincianismo.
O seu desprezo pelo seu próprio país fica bem patente ao longo do livro, o seu desprezo pelo Partido Comunista, em que militam o seu avô e o seu tio também, embora seja graças ao apoio dos dois que chegou à sua atual posição de privilégio.
Um livro interessante mas que no plano moral mostra a verdadeira cara da autora. E não é uma cara bonita. Não é exemplo a dar às crianças.
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