A Polícia da Memória
Algures no mundo, numa ilha isolada, os começam objetos a desaparecer de forma sistemática. Eles não desaparecem, na verdade “são desaparecidos”, isto é desaparecem por vontade humana, por decisão política. Uma terrível polícia vela para que uma vez decretado o desaparecimento sejam destruídos e esquecidos.
Uma terrível metáfora à sociedade moderna contemporânea em que os objetos, os acontecimentos, desaparecem ao sabor das narrativas dominantes ou o seu significado completamente adulterado e modificado.
Como resistir a tal situação? Como evitar que a nossa mente sucumba perante essa política deliberada de destruição da memória. Como evitar que a destruição da memória nos destrua completamente a identidade e nos transforme em meros fantasmas ou marionetas dançando sob comando alheio?
Uma obra-prima que não oferece respostas mas muito em que refletir. Vale um Prémio Nobel. Será atribuído?
Yoko Ogawa (n. 1962), escritora japonesa muito premiada editou este livro em 1999 (há mais de 20 anos) que agora chega a Portugal.
Sem comentários:
Enviar um comentário